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Fantasias no Reino da Lollipop

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Desafio da Caixa de Lápis de Cor #13 #Branco

E eis-nos chegados à reta final deste colorido desafio que tão boas recordações nos avivaram a memória numa paleta de cores diversificadas.

Vamos cortar a meta em tons de branco, cor da pureza, da tranquilidade, da serenidade e da paz.

Pomba branca, pomba branca, já perdi o teu voar, naquela terra distante, toda coberta plo mar…

Na minha caixinha mágica de memórias, o branco remete-me também para uma terra distante, onde vivi com toda a intensidade e magia o meu verdadeiro White Christmas.

No fulgor dos bons velhos anos 80 as nossas férias eram passadas em família e com amigos em Benidorm, terra de calor e de loucura sem igual, onde se fazia tudo menos dormir.

Foi por lá que me encantei com os 2 metros de altura do meu holandês voador e que tivemos aquele amor de verão inesquecível, perpetuado durante o resto do ano em trocas amorosas de resmas de cartas.

No ano seguinte de novo nos encontrámos no sítio do crime, desta vez ele arrastou para lá a família que logo se entendeu às mil maravilhas com a minha, de tal modo que, passados 2 meses vieram cá todos passar uma fantástica temporada, tendo ficado assente desde logo que o Natal seria passado na casa deles.

E eis que chegada a altura, recebi de presente um casaco branco mais quente que a pele de um urso polar, e umas botas brancas que encheram de vaidade.

Quando aterrámos, o tempo desiludiu-me, pois era de noite e chovia copiosamente.

De manhã, fui acordada com algo a bater na janela. Eram bolas de neve que estavam a atirar contra a janela depois de, milagrosamente ter nevado a noite inteira.

Foi o Natal branco da minha vida, com direito a passeios por paisagens brancas, brincadeiras no meio da neve, bonecos de neve vestidos a rigor, lutas de bolas de neve e noites passadas ao som do Last Christmas.

Este romance ainda durou uns meses, mas derreteu como uma bola de neve quando ele decidiu pespegar-se cá em casa e por cá ficar para o que desse e viesse.

Passámos anos sem saber um do outro, até que fui descoberta nas redes sociais

Veio cá há 2 anos atrás e foi delicioso rever um dos meus grandes amores de verão que afinal não passava disso mesmo, mas que continuava divertido e encantador tal como me lembrava, embora tivesse perdido a sua farta cabeleira que tanto me encantava.

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Neste desafio participo eu, a Fátima Bento, Concha, A 3ª Face, a Maria Araújo, a Peixe Frito, a Imsilva, a Luísa De Sousa, a Maria, a Ana D., a Célia, a Charneca Em Flor,  a Gorduchita,  a Ana Mestre, a Ana de Deus, a Cristina Aveiro, a bii yue , ,José da Xá ,  João-Afonso Machado , amarquesademarvila  , https://acordaescrita.blogs.sapo.pt/, https://ladosab.blogs.sapo.pt/

Desafio da Caixa de Lápis de Cor #12 #Castanho escuro

Semana para dissertar sobre o castanho escuro…castanho escuro em plena Primavera?

Castanho escuro remete para os dias de Outono que desejamos ver, por agora, muito longe….

Castanho escuro sempre presente nas minhas botas, castanho escuro na lenha para a lareira que conforta os nossos serões, castanho escuro nos paus de canela com que eu gosto de mexer o meu café castanho escuro, castanho escuro nas castanhas fumegantes, prenúncio do final do bom tempo.

Naquele final de Verão, a quinta do Tio Manuel resplandescia de cor com a diversidade de frutos que cresciam a bom ritmo nas suas árvores cuidadas com todo o amor e carinho.

Tinha um enorme orgulho no seu souto onde dos frondosos castanheiros pendiam cachos de ouriços, dos quais já se vislumbravam as belas das castanhinhas que iriam ser as rainhas do magusto, ponto alto da vila, onde todos se reuniam em alegre confraternização à volta do madeiro.

E um por um todos os ouriços foram abrindo e libertando castanhas grandes e saborosas, prometendo a melhor colheita dos últimos tempos.

Todos menos um ouriço que se mantinha teimosamente fechado, agarrando nas suas entranhas aquela castanha da qual não se conseguia libertar.

No almoço domingueiro de família habitual na quinta do Tio Manuel, Ritinha a sua neta de lindos olhos castanhos escuro corria deliciada brincando entre as árvores e admirando os frutos que ela fazia questão em acompanhar o seu crescimento.

Quando os seus olhos pousaram sobre o ouriço teimoso, começou a entoar com a sua doce voz “ Ouriço ouricinho não sejas teimosinho. Atira para o meu colinho essa bela castanhinha”.

E de repente, como num passe de magia, o ouriço abriu-se num bocejo inesperado, libertando a maior castanha que Ritinha que os grandes olhos de Ritinha  já viram.

Feliz, aninhou a bela da castanha nas suas mãos bojudas e correu para o colo do avô Manuel que lhe disse para com ela ficar.

E foi assim que aquela bela castanha de cor tão castanha escura se tornou gurdiã dos sonhos de Ritinha na sua mesa de cabeceira.

Todas as quartas feiras  publicamos um texto novo inspirado nas cores dos lápis da caixa que dá nome ao desafio no blogue da Fátima

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Desafio da Caixa de Lápis de Cor #11 #Vermelho

Vermelho, Vermelhaço, Vermelhusco, Vermelhante, Vermelhão.

Meu coração é Vermelho, De Vermelho vive o coração, Tudo é garantido após o sol Vermelhecer.

E é tão isto…. As vezes que vermelhei ao som desta vermelhidade qual papoila (vermelha) saltitante, relembrando as alegres peregrinações com o meu Pai ao Glorioso Estádio da Luz e bem mais tarde, em família, com os meus vermelhusquinhos.

Mas há mais vermelho que salpica a minha vida, começando pela época natalícia (mais vermelho que esta época não há), em que pela mão da minha querida mãe, calcorreavamos a Baixa Pombalina de ponta a ponta em busca dos barbudos e gorduchos Pais Natais  nos seus trenós e com as suas renas para as fotografias da praxe, tradição que mantive com o meu filho mais velho que também adorava, e em que apenas fui bem sucedida nesta demanda com a mais nova nos seus primeiros anos de vida…....

Vermelho também das cerejas que sempre comi até ficar a rolar com dores de barriga, e das fatias enormes das melancias sumarentas  que ia comer para o portão da casa dos meus pais, provocando grandes birras à miúda da casa em frente.

Vermelho das joaninhas pintarolas que eu caçava para lhes cantar “ voa voa joaninha que o teu pai foi a Lisboa” , e da sua história que escrevi que um dia destes vos contarei.

Vermelho das minhas galochas que em miúda me enchiam de contentamento nos dias de chuva ao chapinhar em todas as poças de água que encontrava pela frente e que passados tantos anos finalmente consegui encontrar umas exatamente iguais, que agora não largo mal veja umas pinguinhas a cair para de novo ir chapinhar em todas as poças de água.

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Desafio da Caixa de Lápis de Cor #10 #Verde Claro

A cor desta semana é o verde água, verde claro, a remeter para a Primavera com os seus campos verdejantes e para a Esperança de que tudo fique bem.

Verdes são os campos da cor de limão, assim são os olhos do meu coração, Verde que te quero verde, verde vento , verdes ramas.

Viajei de imediato para a Ilha Esmeralda, assim denominada a Irlanda pela sua paisagem constantemente verdejante, mercê das chuvas e neblinas frequentes, verde o símbolo do nacionalismo irlandês com origem na cor verde das fardas dos soldados na Rebelião Irlandesa de 1798, onde não existem cobras, pois foram expulsas e para sempre banidas pelo seu padroeiro, St Patrick, que explicou a Santíssima Trindade aos pagãos celtas com trevos de 3 folhas, e que leva no dia 17 de Março, a que uma multidão de verde trajada invada as ruas em alegres desfiles, de cerveja Guiness na mão.

A minha veia mística relembra-me os pequeninos seres mágicos sapateiros no reino das fadas, os duendes rezingões que moram em casas nas raízes das árvores das florestas, se escondem entre as folhas das árvores e no meio das folhas dos arbustos ocupados a fazer sapatos e que guardam ferozmente o pote com moedas de ouro no final do arco íris.

A minha veia nostálgica remete-me para uma década atrás, onde, no âmbito da disciplina de francês ajudei o meu filho a fazer um chapéu em tons de verde (esperança) e amarelo (sabedoria)  para a comemoração do dia das “Catherinettes”, a 25 de Novembro, em honra de Santa Catarina,  padroeira das raparigas solteiras (Les Catherinettes), onde anualmente as raparigas com mais de 25 anos renovam o chapéu de Santa Catarina e saiem em procissão na esperança de encontrar um marido, num desfile de chapéus em verde e amarelo.

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Desafio da Caixa de Lápis de Cor #9 #Amarelo

Amarelo é alegria, é ânimo, é festa e festival, é a vida radiosa em todo o seu esplendor.

Amarelo dos raios brilhantes do sol que nos aquecem a alma e dão ânimo e alegria fazendo rodopiar os girassóis que fizeram parte do meu ramo de noiva em conjunto com as margaridas amarelas que também foram bordadas no meu vestido de noiva, amarelo dos limões que colhia do limoeiro que vi crescer no quintal dos meus pais, e que alegremente trepávamos nos seus galhos para os colher e transformar em litros de limonadas que refrescavam as quentes tardes de Verão da grupeta.

Amarelo dos pintainhos que nasciam sem qualquer aviso, dos patinhos que os meus pais compravam nas manhãs de Sábado no Mercado da Ribeira e que eu corria atrás deles para lhes colocar lacinhos coloridos.

Amarelo das amarguinhas que vestiam os campos que atravessávamos em bando a caminho da escola e que sugávamos entre esgares de prazer e de amargor numa alegre pangaida cantando a plenos pulmões We all live in a yellow submarine, a yellow submarine, a yellow submarine.

Amarelo do Woodstock, o passaroco que em pensamentos diz tudo aquilo que nós também gostaríamos de dizer mas que guardamos para nós, amarelo do Sítio do Picapau Amarelo que encantou toda uma geração e que tanta saudade deixou com a boneca Emília e o seu cabelo amarelo esfarrapado, amarelo do Tweety, o canarinho amarelo que estava sempre a ver um lindo gatinho.

Amarelo das paredes da minha sala e dos muros do meu quintal, onde num dia de inspiração pintei um sol amarelo, amarelo no quadro de um pintor de rua que no Brasil nos encantou, amarelo nas minhas orquídeas que de novo estão a desabrochar em todo o seu esplendor, amarelo do vestido que por acaso hoje vesti.

Se toda a gente gostasse do amarelo como eu gosto ….

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