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Fantasias no Reino da Lollipop

Fantasias no Reino da Lollipop

A História de São Valentim resumidamente condensada

Quem por aqui conhece a história de São Valentim, o homem que nos permitiu ter este dia recheado de devaneios românticos levados ao limite da loucura ?

Passo a explicar em 3 minutos :

"Valentim era um padre levado da breca, lixado como o caraças, que à revelia do Cláudio II, aquele ogre que proibiu o casamento de todo e qualquer mancebo em idade para tal, de molde a garantir que estes despejassem toda a sua pujança sobre os guerreiros inimigos, continuou no mais secreto dos segredos a casar os desvairados sem tino  numas húmidas e obscuras catacumbas localizadas em parte incerta.

Só que as alcoviteiras de serviço que estavam encostadas às boxes pois ninguém lhes pegava nem por um fio de cabelo, meteram a boca no trombone e vai daí e pumba... já foste desterrado para o calabouço longe da vista e dos corações.

Mas malandreco não tem remédio santo que lhe valha e logo botou a vista em cima da filha do carcereiro que por sua vez ficou com o coração a palpitar que nem uma batata frita cada vez que ele lhe escrevia uma baboseiras numas cartitas larocas em troca de tabaco para mascar para entreter os dentes, sussurrando-lhe em tom cavernoso From Your Valentine"

Desafio da Caixa de Lápis de Cor #8 #Rosa

Esta semana no Desafio da Caixa dos lápis de cor, vamos pintar as palavras de cor de rosa, cor da ternura, do amor, da inocência, do romance e das histórias cor de rosa.

"Rino era um rinoceronte que vivia há muito tempo no jardim Zoológico, diferente de todos os outros pela sua pele em tons de rosa.

Levava uma vida calma e pachorrenta entre as suas sestas prolongadas e os seus grandes banhos na água lamacenta.

Fazia grandes banquetes com as ervas e as folhas que lhe davam para comer e que fazia questão de as mastigar demoradamente prolongando as suas refeições num ritual cheio de prazer e de satisfação.

Fez grandes amizades com pássaros coloridos de todas as espécies que o visitavam durante o dia animando-o ao som dos seus alegres chilreios e lhe provocavam fortes gargalhadas com as cócegas que sentia quando eles lhe debicavam das suas costas rosadas os incómodos insectos que teimavam em picá-lo o dia inteiro.

Mas Rino começou a sentir-se sozinho, principalmente à noite, quando os seus amigos passarinhos iam dormir. E começou a ficar muito triste. Tão triste que já nem as crianças para quem ele gostava tanto de olhar e de lhes acenar com a pesada cabeça, lhe alegravam. Até a sua pele rosada começou a esmorecer.

Mas um dia em que dava mais um mergulho na lama, um barulho esquisito fê-lo olhar para o céu. Viu um grande caixote cor de rosa a descer por uma grossa corda de um helicóptero.

Quando o caixote cor de rosa aterrou, Rino aproximou-se com muito cuidado. De repente, o caixote abriu-se e de lá de dentro, saiu a mais bela rinoceronte cor de rosa que ele já vira, com um grande laço cor-de-rosa a enfeitar-lhe o grosso pescoço.

Começou a cheirá-la, e logo começaram a roçar os seus chifres rosados. Primeiro devagarinho, e depois furiosamente. Nesse momento, teve a certeza de que esta era a rinoceronte da vida dele.

Decidiram então fazer uma grande festa em tons de rosa para celebrar o seu casamento, para a qual foram convidados todos os animais do Jardim Zoológico, que trouxeram rosas cor de rosa, gomas, chupas, balões, papelinhos e serpentinas tudo em tons de rosa, apadrinhados pelo casal de flamingos mais rosa que já se vira.

E viveram felizes uma longa história cor de rosa, em alegres brincadeiras no meio da lama com os rinocerontezinhos de pele rosada."

 

Todas as quartas feiras e durante 12 semanas publicamos um texto novo inspirado nas cores dos lápis da caixa que dá nome ao desafio no blogue da Fátima

https://porqueeuposso.blogs.sapo.pt/desafio-vamos-pintar-com-palavras

Neste desafio participo eu, a Fátima Bento, Concha, A 3ª Face, a Maria Araújo, a Peixe Frito, a Imsilva, a Luísa De Sousa, a Maria, a Ana D., a Célia, a Charneca Em Flor,  a Gorduchita,  a Ana Mestre, a Ana de Deus, a Cristina Aveiro, a bii yue , José da Xá , João-Afonso Machado e amarquesademarvila

 

Era uma vez uma Princesa tão Gorda....

Era uma vez uma princesa tão gorda que só ocupava espaço no coração das gentes daquele reino encantado, pelo qual espalhava a sua alegria e boa disposição.

Mal os primeiros raios de sol iluminavam a sua face rechonchuda, ecoava por todo o reino a sua maviosa voz de soprano em melodias de encantar.

A  sua fama de ave canora  ultrapassou os limites daquele reino e chegou aos ouvidos daquele tenor, que era tão gordo que só ocupava espaço na alma de quem se deleitava pela sua voz grave.

Curioso, decidiu fazer-se à estrada rumo ao reino encantado de magia musical na sua carruagem feita à medida puxada por 10 garbosos cavalos brancos, que logo começaram a trotar ao ritmo das notas cristalinas que ecoavam estrada fora.

E quando as suas vozes se fundiram numa só num dueto improvisado, soltando notas de amor e de paixão, emocionados souberam que cantariam juntos para o resto da vida, no  Reino da magia musical.

Texto no âmbito do Desafio "Era uma vez uma princesa tão gorda que só ocupava espaço" da Ana de Deus

https://anadedeus.blogs.sapo.pt/era-uma-vez-uma-princesa-tao-gorda-que-26499?thread=86403#t86403

https://anadedeus.blogs.sapo.pt/tag/os+desafios+da+abelha

Alice no País das Cantigas

Alice era uma menina muito irrequieta e curiosa que gostava de dar grandes passeios com o seu cão bonacheirão Titão de pelo longo e frondoso.

Um dia, em que o sol brilhava com um sorriso radioso, Alice e Titão saíram a correr, aos saltinhos e aos pulinhos diretos ao parque no fundo da sua rua.

Quando lá chegaram, Titão começou a rosnar e a abanar freneticamente a sua cauda.

- Oooohhhhhh!!!!! – Exclamou Alice maravilhada – Um escorrega gigante cheio de curvas e de contracurvas.

E logo Alice trepou para o alto do escorrega gigante com Titão às suas cavalitas, preparando-se para umas voltas valentes.

E escorregou, e rodou, e rodopiou numa dança maluca que parecia não ter fim, sentindo-se a flutuar num espaço imaginário.

Sentiu-se a pousar, e meia tonta, meia zonza, abriu bem devagarinho os olhos, olhou lentamente à sua volta e abriu a boca de espanto.

À sua frente um lago de água cristalina de onde saltavam peixes dourados e prateados rodeado por árvores verdejantes e frondosas que abanavam os seus ramos e as suas copas de onde voavam pássaros de penas coloridas que chilreavam alegremente, indo pousar em flores de todos os tamanhos e de todas as espécies que se moviam para todos os lados, tudo isto ao som de uma música misteriosa e cheia de magia.

Titão ao seu lado ladrava furiosamente tentando escapar-se de um coelho branco que lhe dava patadinhas no seu focinho.

- Sejammmmm muitoooooo bemmmmvindosssss ao País das Cantigas– cantou o coelho num timbre afinado.

-Souuuuu o coelhoooo Tobiasssssss e vouuuu ser o vossoooo ciceroneeee por esteeee paísss encantadooooo.

E imediatamente apareceu a dançar pelos ares a águia Bataglia que com o seu bico bicudo pegou cuidadosamente nos visitantes levando-os por entre uma pauta de mil sons, fazendo-os pousar sobre o lombo do javali Malaquias que cantava estridentemente acompanhado pelo veado Tobias que agitava ritmadamente as suas hastes.

- Aquiiii todossss temossss que cantarrrrrr – assobiou o esquilo que se agarrara ao ombro de Alice.

- Mas eu não sei cantar – disse Alice com um ar cabisbaixo.

- Toda a gente sabe cantar – guinchou harmoniosamente o macaco Paquito – É só fechar os olhos e ir bem fundo dentro da nossa alma. Todos temos alma de cantor. É questão de encontrar o nosso próprio ritmo e nunca imitar ninguém. Cada um é como cada qual. Cada um é diferente do outro.

De repente à sua frente Alice tinha um coro de animais que cantavam alegremente cada um no seu tom, cada um à sua maneira e feitio.

Uns em tons mais graves, outros agudos, e outros nos baixos. Sopranos, contraltos e tenores, de tudo havia um pouco e muito mais do que aquilo que se podia imaginar.

Quase sem se aperceber Alice começou a cantar uma melodia de tons mágicos acompanhada por Titão que gania musicalmente, enquanto que uma chuva de estrelas cintilantes lançava pozinhos dourados fazendo com que Alice que dançava agarrada a Titão começasse a flutuar.

E de novo se sentiu a rodar e a rodopiar numa dança sem fim mas tão harmoniosa que sentiu os seus olhos a fechar.

Foi então que sentiu a língua quente de Titão que lambia furiosamente a sua cara, suplicando para lhe levar à rua.

A Joaninha Foliona

Carminha, era uma joaninha muito divertida e muito popular no reino da Insetilândia pois estava sempre bem disposta e permanentemente alegre.

Era também muito vaidosa e extremamente orgulhosa das suas pintinhas pretas reluzentes que decoravam a sua capa em tons de vermelho vivo envolvendo-a num macio tecido de veludo esvoaçante que brilhava de dia por entre os raios de sol e de noite pelos reflexos do luar.

Chegou o dia tão esperado do baile anual da Insetilândia para o qual Carminha se andava a preparar há imenso tempo, já que o título de Rainha do Baile lhe era sempre atribuído

Este ano, o baile estava mais animado que habitualmente ao som frenético da banda dos grilos e das cigarras que tocavam e cantavam sem parar, e com a iluminação psicadélica das luzes intermitentes dos pirilampos e dos vagalumes.

Carminha sempre foliona, com o seu espírito festivo dançou a noite inteira, sem parar um minuto sequer para descansar as suas elegantes patitas.

E dançou com todos os insetos que dela se aproximavam, desde moscas e moscardos, mosquitos, melgas, besouros, gafanhotos e louva-a-deus.

Já o sol despontava no horizonte lançando os seus primeiros raios, quando Carminha reparou que as suas belas pintinhas pretas tinham desaparecido para não mais voltarem.

Cheia de vergonha a chorar e a soluçar, voou para casa onde se escondeu, não se aproximando sequer da janela que tapou com folhas de amoreira.

A notícia depressa se espalhou por todo o reino da Insetilândia, tendo sido convocada uma reunião de emergência, onde ficou decidido por unanimidade ser o gafanhoto Perdigoto a resolver o problema.

Perdigoto, e Abelardo o besouro foram colher bagas de amora preta, que logo a seguir foram esmagadas pelo Moscardo Zumbidouro transformando-as em tinta preta sedosa

Já que Carminha não abria a porta a ninguém, Perdigoto decidiu saltar para o telhado e descer em voo picado pela chaminé, aterrando frente à cama onde Carminha se escondia debaixo dos lençóis de folhas de couve.

Com a ponta das suas asas, o gafanhoto pintou-lhe as mais belas e perfeitas pintinhas pretas que alguma joaninha jamais sonhara ter.

A partir desse dia, Carminha retomou a sua grande alegria de viver e vontade de se divertir, tendo passado a andar sempre com Perdigoto, o gafanhoto pintor, que de vez em quando lhe dava uns retoques de brilho nas suas pintinhas, provando assim a importância da força da amizade

Um Dia na Praia

Naquele lindo e radioso dia de Verão em que o sol, bonacheirão, exibia o seu melhor sorriso em todo o seu esplendor, Necas foi à praia.

Logo de manhãzinha, bem cedo, a mãe vestiu-lhe o seu fato de banho preferido, azul da cor do céu recheado de mil e uma flores amarelas como o trigo que decora os campos.

Foi ao armário buscar o seu saco transparente como a água do lago, onde meteu o balde verde, a pá e o ancinho cor de laranja, o moinho vermelho e as forminhas coloridas como o arco-íris.

Depois de se certificar que a mãe levava as suas sandes favoritas, muita água e sumos de fruta, não esquecendo o creme branco com aquele cheirinho tão bom que a fazia parecer uma índia em pé de guerra, agarrou na sua toalha felpuda cor de rosa povoada de bolinhas azuis e brancas, e ajeitou o chapéu de palha florido que teimava em não se equilibrar nos seus caracóis doirados que lhe enfeitavam o rosto como cachos de uvas maduras.

Durante a viagem, cantou a plenos pulmões em uníssono com os seus pais cantigas tradicionais, acompanhando com muitas palmas, até avistar o mar de um azul luminoso, onde flutuavam pequenos barcos, que se agitavam ao tom das ondas.

Saiu do carro a correr, tropeçou nas suas sandálias, e caiu redonda na areia cálida.

Rebou vezes sem conta com os braços abertos, tentando guardar para si o maior número de grãos que as suas mãos papudas conseguiam agarrar.

Correu num sprint louco até à beira do mar, e brincou à apanhada com as pequenas ondas que tentavam agarrá-la uma e outra vez, sem darem tréguas ou demonstrarem cansaço.

O pai colocou-lhe as braçadeiras da cor das violetas à volta dos braços rechonchudos, e a bóia com a cabeça de pato refilão à volta da cintura, enquanto que um cardume de pequenos peixes lhe passava rente às pernas.

Depois de ter molhado o pai, a mãe, e toda a gente que à volta deles se encontrava e que também entraram na brincadeira, Necas foi nadar.

Ainda andava a aprender.

Todas as semanas a mãe levava-a à piscina do clube ao pé de casa, e já dava umas boas braçadas. Gostava de nadar de costas, mas o seu estilo preferido era o nadar à cão, vá-se lá saber porquê.

Mas mais importante do que tudo, é que já sabia como controlar a respiração dentro da água.

Encheu o seu balde verde com água, e fez um castelo gigante de areia, para aí morarem o rei e a rainha da praia, com os infantes que corriam sobre as ondas e falavam a linguagem dos peixes.

Foi passear pela praia à beira do mar, e apanhou conchinhas e búzios de todas as formas e feitios.

Ao chegar ao pé das rochas, uma luz brilhante como um clarão despertou-lhe a atenção.

Ao aproximar-se cautelosamente, descobriu para seu espanto e gáudio, uma pequena sereia deitada.

Metade mulher com uma longa cabeleira ruiva que lhe passava a cintura, e metade peixe, com uma cauda cheia de escamas prateadas que reluziam sob o sol.

A sereia olhou para Necas com um sorriso doce, e explicou-lhe que estava a meio de uma grande viagem a caminho da casa sua tia, onde ia conhecer a pequena sereia recém nascida, da qual ia ser madrinha.

Necas, fascinada, perguntou-lhe sobre a sua casa e a sua vida.

_ A minha casa fica bem lá no fundo do mar onde nenhum humano consegue chegar. Vivo rodeada de plantas verdejantes que gostam de se enrolar na minha cauda brilhante quando salto de coral em coral. Brinco o dia todo com peixes de todas as cores, galopo em cima de cavalos marinhos, danço e toco castanholas com lagostas e sapateiras, exploro grutas com corredores intermináveis-.

Com muita pena de Necas, despediu-se para retomar viagem, não sem antes lhe oferecer a maior Estrela do Mar que Necas alguma vez vira.

Nesse preciso momento, o pai chamou Necas para se irem embora.

Mal entrou no carro, aninhou-se e adormeceu com um sorriso maroto, a pensar na linda sereiazinha e que bom que seria poder brincar com ela.

 

Uma Aventura de Sonho

Necas era uma menina com longos caracóis dourados que lhe escorriam pelo pescoço, umas bochechas sempre rosadas e brilhantes, e uma curiosidade maior do que a distância da Terra até à Lua.

Naquele dia tão chuvoso, Necas pespegou-se à janela com a sua gatinha Farrusca, cantando cantigas de embalar, a tentar contar as gotas que teimavam em cair do céu.

Mas as gotas cada vez caíam mais depressa, dificultando-lhe a sua tarefa, e fazendo-a balançar os caracóis dourados numa dança de roda tão animada, que fez com que começasse a ficar tonta.

E tão tonta já se sentia que começou a flutuar. E a pairar. E a voar, numa sensação estranha nunca experimentada até então.

De repente sentiu que os seus pés pousavam delicadamente num tapete macio, fofo, feito de algodão que talvez fosse doce.

À sua volta estrelinhas amarelas cintilantes pulavam alegremente umas sobre as outras, rodopiando sobre si próprias ao som encantador de uma harpa cujos acordes ecoavam de uma nebulosa.

Apanhou boleia na cauda de um cometa que ia a passar a correr e visitou as doze constelações com as formas dos signos que ela costumava ver no jornal do pai.

Jogou à bola com os planetas, fazendo mercúrio beijar Vénus que acariciou a Terra, que por sua vez zizagueou com Marte que chocou contra Júpiter que conseguiu apanhar os anéis de Saturno que se enrolaram em Urano que rabiou neptuno mas que Plutão conseguiu defender das crateras da Lua.

Divertiu-se a navegar na Barca do Norte onde dançou com as sete estrelas da Ursa Maior e quando se sentiu perdida achou o Norte agarrando na última estrela da cauda da Ursa Menor.

Deslizou num tobogã empurrada pelos raios do Sol ao longo dos vales e montes da Cassiopeia, iluminada por Sírio, a estrela mais brilhante do Cão Maior, tentando equilibrar-se qual pulga amestrada.

E deslizando, e cantando, e rindo, continuou alegremente Necas, até que sentiu a língua húmida de Farrusca que insistia em lambê-la num ataque carinhoso de ternura, provocando-lhe uma enxurrada de cociguinhas com os seus bigodes pontiagudos.

Muito lentamente abriu os olhos, e despertou do sonho lindo que acabara de ter.

Suspirando olhou para o céu e sorriu para a estrelinha luzidia que brilhava intermitentemente piscando-lhe os olhinhos como que a despedir-se até à próxima aventura.

Rino, o rinoceronte

Rino era um rinoceronte que vivia há muito tempo no jardim Zoológico.

Levava uma vida calma e pachorrenta entre as suas sestas prolongadas e os seus grandes banhos na água lamacenta.

Fazia grandes banquetes com as ervas e as folhas que lhe davam para comer e que fazia questão de as mastigar demoradamente prolongando as suas refeições num ritual cheio de prazer e de satisfação.

Tinha tão bom feitio que fez grandes amizades com pássaros coloridos de todas as espécies que o visitavam durante o dia animando-o ao som dos seus alegres chilreio e lhe provocavam fortes gargalhadas com as cócegas que sentia quando eles lhe debicavam das suas costa os incómodos insectos que teimavam em picá-lo o dia inteiro.

Mas Rino começou a sentir-se sozinho, principalmente à noite, quando os seus amigos passarinhos iam dormir. E começou a ficar muito triste. Tão triste que já nem as crianças para quem ele gostava tanto de olhar e de lhes acenar com a pesada cabeça, lhe alegravam.

Um dia em que dava mais um mergulho na lama, um barulho esquisito fê-lo olhar para o céu. Viu um grande caixote a descer por uma grossa corda de um helicóptero.

Quando o caixote aterrou, Rino aproximou-se com muito cuidado.

De repente, o caixote abriu-se e de lá de dentro, saiu a mais bela rinoceronte que ele já vira, com um grande laço cor-de-rosa a enfeitar-lhe o pescoço.

Começou a cheirá-la, e logo começaram a roçar os seus chifres.

De início devagarinho, e depois furiosamente.

Nesse momento, teve a certeza de que esta era a rinoceronte da vida dele.

Decidiram unir as suas vidas para toda a eternidade no meio de uma grande festa decorada com coloridos balões, papelinhos, serpentinas, fogo de artifício e música a rodos, com todos os animais do Jardim Zoológico que apadrinharam os gordinhos rinocerontezinhos que foram nascendo.