Esta semana vamos pintar as letras em tons de laranja, cor da energia, do positivismo, da alegria, da nostalgia e do romantismo.
Cor que remete para doces recordações de infância ao som de – Olhó Rajá o Melhor que há – que nos fazia correr com 25 tostões na mão rumo ao sorvete tão refrescante de laranja, em busca de mais uma figurinha do “Carrossel Mágico”, fosse o franjinhas, fosse o Saltitão (Tornicotim, Tornicotão, eu sou o Saltitão).
Folhas inteira enchi de palavras desenhadas por uma caneta bic laranja _ Bic laranja de escrita fina_ ,coleccionei postais e posters com pôr de sóis, tantos que serviram como pano de fundo de momentos ardentes plenos de romantismo, apreciei o nascer do sol a anunciar em tons de laranja mais um dia intenso para viver.
Laranja do Garfield, gato rechonchudo apreciador de lasanha, que em forma de peluche gigante, foi presente daquele grupo de colegas da faculdade, numa louca festa de aniversário inesquecível.
Tons de laranja nos cortejos nocturnos do Halloween pela vila com os miúdos fantasiados e de abóboras luminosas em riste a tocarem às portas das casas decoradas com abóboras iluminadas na demanda de doces ou travessuras, das histórias de Halloween saídas desta mente irrequieta:
Laranja das laranjas que o maridão espreme logo pela manhãzinha para que possa deliciar-me com o sumo logo ao acordar, laranja das abóboras ao meio partidas que a Mãe usava para fazer os seus afamados fritos que perfumavam a casa toda pelo Natal e agora para as sopas que fazem as delícias dos filhotes.
Laranja no meu mais recente amigurumi, o intemporal Pluto cor de laranja herói das histórias em quadradinhos da nossa infância, enviado como oferta de uma talentosa amiga da blogosfera, e que agora se tornou meu companheiro inseparável de teletrabalho.
Todas as quartas feiras e durante 12 semanas publicamos um texto novo inspirado nas cores dos lápis da caixa que dá nome ao desafio no blogue da Fátima
Era uma vez uma princesa tão gorda que só ocupava espaço no coração das gentes daquele reino encantado, pelo qual espalhava a sua alegria e boa disposição.
Mal os primeiros raios de sol iluminavam a sua face rechonchuda, ecoava por todo o reino a sua maviosa voz de soprano em melodias de encantar.
A sua fama de ave canora ultrapassou os limites daquele reino e chegou aos ouvidos daquele tenor, que era tão gordo que só ocupava espaço na alma de quem se deleitava pela sua voz grave.
Curioso, decidiu fazer-se à estrada rumo ao reino encantado de magia musical na sua carruagem feita à medida puxada por 10 garbosos cavalos brancos, que logo começaram a trotar ao ritmo das notas cristalinas que ecoavam estrada fora.
E quando as suas vozes se fundiram numa só num dueto improvisado, soltando notas de amor e de paixão, emocionados souberam que cantariam juntos para o resto da vida, no Reino da magia musical.
Quando pensei em azul cobalto vislumbrei imediatamente os meus tão amados bonecos estrunfes que sempre fizeram as minhas delícias e que me continuam a acompanhar, memória dos meus tempos felizes de faculdade em que era apelidada de estrunfina, não por alguma pigmentação mais dúbia mas derivada do meu apelido que se presta a este tipo de trocadilhos que acabam por ter graça.
Olhando de frente para o meu tão bem composto louceiro, salta à vista desarmada o nosso serviço de jantar decorado com motivos em azul cobalto com pontilhados em amarelo, presente do nosso casamento e sempre presente em qualquer ocasião mais especial desde há 23 anos a esta parte.
23 anos também que me remetem para a nossa lua de mel sem qualquer fel, a navegar nas águas azul cobalto do mar mediterrâneo num périplo inesquecível pela idílicas ilhas gregas, onde nos encantámos pelo branco casario com suas portadas e cobertura em azul cobalto, pela cerâmica e tapeçarias de azul cobalto pontilhadas, pelo azulão olho grego símbolo de da sorte e das energias positivas, olhar divino que nos protege contra os males e a inveja, e que tanta jeito nos daria nestes tempos difíceis que todos atravessamos.
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Alice era uma menina muito irrequieta e curiosa que gostava de dar grandes passeios com o seu cão bonacheirão Titão de pelo longo e frondoso.
Um dia, em que o sol brilhava com um sorriso radioso, Alice e Titão saíram a correr, aos saltinhos e aos pulinhos diretos ao parque no fundo da sua rua.
Quando lá chegaram, Titão começou a rosnar e a abanar freneticamente a sua cauda.
- Oooohhhhhh!!!!! – Exclamou Alice maravilhada – Um escorrega gigante cheio de curvas e de contracurvas.
E logo Alice trepou para o alto do escorrega gigante com Titão às suas cavalitas, preparando-se para umas voltas valentes.
E escorregou, e rodou, e rodopiou numa dança maluca que parecia não ter fim, sentindo-se a flutuar num espaço imaginário.
Sentiu-se a pousar, e meia tonta, meia zonza, abriu bem devagarinho os olhos, olhou lentamente à sua volta e abriu a boca de espanto.
À sua frente um lago de água cristalina de onde saltavam peixes dourados e prateados rodeado por árvores verdejantes e frondosas que abanavam os seus ramos e as suas copas de onde voavam pássaros de penas coloridas que chilreavam alegremente, indo pousar em flores de todos os tamanhos e de todas as espécies que se moviam para todos os lados, tudo isto ao som de uma música misteriosa e cheia de magia.
Titão ao seu lado ladrava furiosamente tentando escapar-se de um coelho branco que lhe dava patadinhas no seu focinho.
- Sejammmmm muitoooooo bemmmmvindosssss ao País das Cantigas– cantou o coelho num timbre afinado.
-Souuuuu o coelhoooo Tobiasssssss e vouuuu ser o vossoooo ciceroneeee por esteeee paísss encantadooooo.
E imediatamente apareceu a dançar pelos ares a águia Bataglia que com o seu bico bicudo pegou cuidadosamente nos visitantes levando-os por entre uma pauta de mil sons, fazendo-os pousar sobre o lombo do javali Malaquias que cantava estridentemente acompanhado pelo veado Tobias que agitava ritmadamente as suas hastes.
- Aquiiii todossss temossss que cantarrrrrr – assobiou o esquilo que se agarrara ao ombro de Alice.
- Mas eu não sei cantar – disse Alice com um ar cabisbaixo.
- Toda a gente sabe cantar – guinchou harmoniosamente o macaco Paquito – É só fechar os olhos e ir bem fundo dentro da nossa alma. Todos temos alma de cantor. É questão de encontrar o nosso próprio ritmo e nunca imitar ninguém. Cada um é como cada qual. Cada um é diferente do outro.
De repente à sua frente Alice tinha um coro de animais que cantavam alegremente cada um no seu tom, cada um à sua maneira e feitio.
Uns em tons mais graves, outros agudos, e outros nos baixos. Sopranos, contraltos e tenores, de tudo havia um pouco e muito mais do que aquilo que se podia imaginar.
Quase sem se aperceber Alice começou a cantar uma melodia de tons mágicos acompanhada por Titão que gania musicalmente, enquanto que uma chuva de estrelas cintilantes lançava pozinhos dourados fazendo com que Alice que dançava agarrada a Titão começasse a flutuar.
E de novo se sentiu a rodar e a rodopiar numa dança sem fim mas tão harmoniosa que sentiu os seus olhos a fechar.
Foi então que sentiu a língua quente de Titão que lambia furiosamente a sua cara, suplicando para lhe levar à rua.
Era eu pequenina e lembro-me da minha mãe cantarolar “Olhos verdes são traição, são cruéis como punhais “
Mais tarde dizia-me que “aqueles olhos verdes, que inspiram tanta calma, entraram em minh'alma, encheram-na de dor”.
Como sou do contra, encantei-me por aqueles olhos esverdeados que bastante mais tarde me ofereceu o anel com uma Esmeralda, que passados 22 anos continua a acompanhar-me noite e dia sobre a aliança do amor eterno.
Durante anos a fio, juntos nos divertimos com as peripécias do sapo Cocas eternamente apaixonado pela Miss Piggy, com Jim Carrey e as suas transformações ao colocar a sua máscara verde, irritámo-nos com o mal humorado Grinch, eternecemo-nos com Yoda, o Mestre Jedi mais poderoso.
Vieram os tão desejado filhos e com eles o retomar das tradições de Natal na busca do musgo perfeito para enfeitar o presépio, a procura da mais frondosa e verdejante árvore de Natal, e eu mascarada de elfo verde sempre disponível a ajudar o tão sobrecarregado Pai Natal.
Com eles nos rimos tantas vezes com Dipsy, o desajeitado Teletubbie, aprendemos com os Lanterna Verde que verde é a cor da vontade, que o Incrível Hulk também tinha sentimentos, que a lutadora com ar de durona Buttercup das Powerpuff Girls afinal também é sensível.
Sofremos no Carnaval à procura das máscaras das Tartarugas Ninja, eternecemo-nos com o Monstrinho Mike, com Shrek o Ogre carinhoso, sonhámos voar com a fada Sininho, vimo-nos aflitos para passar os níveis dos jogos com Bulbassauro, o Pokémon e com Luigi o irmão do Super Mário Mário.
E juntos continuamos em família forte e unida como os trevos no meu quintal, com o verde sempre presente em mim, eterna Peter Pan, e em todos nós simbolizando a nossa Esperança num Mundo Melhor.
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Quem me conhece sabe que não gosto de cores escuras, não gosto da cor preta.
Preto que me remete para a escuridão, para dias escuros, noites escuras, pensamentos obscuros.
Preto que associo a tristeza infinita, a dor dilacerante, a momentos sombrios.
Preto a cor da morte, dos funerais, dos rituais satânicos.
Cedo perante umas botas e uns bons sapatos pretos, e o intemporal vestidito preto, pois já dizia a saudosa Ivone Silva que com um simples vestido preto nunca me comprometo.
Preto que me remete para Gotham, a cidade natal de Batman o herói mais sombrio.
Preto que me remete para uma galinha preta em casa dos meus avós que se atirava a tudo e todos qual cão de guarda feroz que faz frente a quem ousa trespasser os seus domínios.
Preto que me remete para um carro que me ia tirando a vida e que me provocou receios e ansiedade para o resto dos meus dias.
Daqui remeto as minhas desculpas antecipadas a todos os amantes da cor preta.
Mas a minha onda é mais colorida. É do tipo arco-íris com unicórnios a voarem.
Colorida numa palete de cores vivas, alegres e vibrantes que me fazem sorrir e ser feliz.
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